29.7.12

O relógio da pracinha anuncia, são tempos de mudanças, é hora de se reinventar. Os anos estão passando, as pessoas se transformando, trocando-se. As paisagens não são mais iguais, os sorrisos são diferentes, os sentimentos são diferentes, até o sol a olha de modo diferente. Os números da identidade estão aumentando, ficando mais distantes, transformando-lhe por completo a anatomia, já é maior de idade o senhor cérebro e a senhorita coração. As notas que ecoam pelas paredes oscilam, nessa interminável dança da metamorfose, uma dança que valseia pela pista com o desconhecido, cuidado, não tropece, olhe para o chão, não não, olhe para frente, na verdade não olhe, não escute, não fale, sinta, deixe que o parceiro lhe acompanhe, não pestaneje, sinta e vá. A borboleta está saindo do casulo, antes ela era uma lagarta, agora ela é uma borboleta, que voa, sem rumo, sem direção, sem pretensão, ela apenas, voa.

3 comentários:

  1. Cada vez adoro mais os teus textos.
    Beijinhos.

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  2. Mudamos, transformamos, seguimos.
    Eu gosto da atmosfera que você coloca em seus textos. Você sutilmente nos obriga a respirar um pouo dos ares do seu mundo e honestamente, faz bem aqui.

    As palavras breves e abstratas tocam fundo em quem tem a sensibilidade de entender suas verdadeiras intenções.

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  3. e é isso que o tempo faz, só é triste se vermos pelo lado de que, uma vez borboleta, lhe resta muito pouco tempo de viida.

    maraavilhosa a forma como o texto flui, viiu!

    beeeijo!

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