12.1.13

Eu tenho um desejo de posse incontrolado dentro de mim, vejo todos aqueles que me rodeiam e me cercam de atenção como meus e me ofendo, vejam só, se eles vivem além de mim. Que feio isso, dizem que é mal de signo, leão, outros que isso é possessão, eu considero como um fato de carência absoluta. Não é todo dia que encontro pessoas dispostas a me cercar de atenção, na verdade conseguir a atenção de alguém já é algo complicado. Me vejo como um rio que muitos seguem ao lado, mais poucos querem conhecer o que minhas profundezas carregam, é por isso que no mero ato de alguém espiar com um pouco mais de curiosidade o reflexo turvo que minhas águas trazem, eu já tento lhe capturar com todas as forças às minhas profundezas, quero lhe mostrar tudo e nunca lhe deixar ir embora, mesmo que sua presença não seja lá, a mais esperada da noite. Temo dizer que essa minha conclusão não me apetece em nada, na verdade me angustia, logo eu que me vejo como um cavalo selvagem, sempre correndo de tudo que lhe segura, que não permite de nenhuma forma se ver entregue totalmente nas mãos de outro. Creio que minha melhor façanha é adentrar para meu esconderijo obscuro e confortável, repousar em minha poltrona e navegar pelas palavras que flutuam em minha mente, fugindo a todo custo de vida humana. Quem sabe assim, eu me veja livre de aprisionar pessoas, de segurar almas, de me segurar em outros corpos. Afinal de contas um dia eles se cansam das minhas águas obscuras e pesadas demais e vão se divertir por águas mais livres e brandas e eu fico aqui a jogar palavras profanas sobre a vida para fora e de lamentar porque ninguém nunca fica a navegar por aqui a mais tempo.

2 comentários:

  1. bom, se te consola, isso não é um problema apenas seu ou de seus amigos não. Fato é que as pessoas andam cada vez mais frias e indiferentes mesmo, faz tempo que não ouço alguém me perguntar "como vai" esperando uma resposta sincera.

    beeeijo!

    ResponderExcluir
  2. Eu amo seu blog estou sempre acompanhando.

    ResponderExcluir